segunda-feira, 24 de março de 2014

Paris - Hiramatsu*

Restaurante com nome japonês, chef japonês e matriz em Tóquio, onde é 3 estrelas Michelin. O que se espera comer num lugar desses?? Enganou-se quem disse sushi, sashimi ou qualquer coisa do gênero. O restaurante surpreende ao ser todo baseado na culinária francesa. 
Sua inauguração é inclusive mencionada no livro Adeus aos Escargots como um sopro de renovação na então estagnada cozinha francesa. 
O chef, por sinal, foi o primeiro japonês estrelado pelo Michelin fora de seu país, o que não é pouca coisa!
Fomos parar lá por recomendação dos amigos Tadeu e Ana Masano, sempre eles...
O menu é surpresa, você escolhe só se quer o de 5 ou 9 cursos e indica eventuais restrições alimentares. Depois, confia nas escolhas do chef - e não tem erro, você sairá feliz!
Os hors d'oeuvres (tira-gosto em linguagem chique) eram estes aí embaixo: chips de tubérculos com creme de alho, creme de aspargos com fromage blanc e um petit four com queijo mimolette. Uma delícia, todos.


A entrada foi um creme gelado de beterrabas e cítricos com mousseline de baunilha. Cheguei a pensar que íamos começar pela sobremesa quando ouvi, mas reconheço que estava muito bom.

O primeiro prato também estava divino: aspargos verdes, tenros e fresquinhos, com um presunto cru francês ligeiramente tostado e creme de vin jaune, um vinho amarelo e meio oxidado da região do Jura, na França (informações do Fernando...).

O prato principal foi carré de vitela com champignons e trufas negras. Precisa falar mais?!

Antes da sobremesa, esta colherinha guardava mais surpresas: um fondant de chocolate branco com geleia de morangos e uma gelatina de morangos com rosas.
Você deve comer numa bocada só, e o legal é que a gelatina explode e solta um suco de morango com rosas, que domina o paladar, antes de começar a explodir na boca (alguém lembra daqueles chicletes que explodiam na boca e que a gente comprava na saída da escola? É igual).

A sobremesa era está bola. A metade de cima, um suspiro; a de baixo, um sorvete de mascarpone.
Dentro, um creme de morangos. Maravilhoso, não nego, mas ainda prefiro sobremesas com chocolate...

Na hora do café, me dei bem. Mesmo não tomando (gosto mais do cheiro do que do gosto), ataquei as gourmandises do Fernando. Destaque para a trufa, que é uma marca registrada do chef, porque tem um toque de chá verde. Afinal, estamos num restaurante japonês!

Ao final do jantar o chef veio até a nossa mesa se apresentar. Agradecemos e elogiamos a experiência única que tivemos e ele disse que estava empolgado com a Copa do mundo, na torcida para que a final seja entre Brasil e Japão. 
Foi um jantar cheio de surpresas: restaurante japonês com comida francesa, menu surpresa escolhido na hora pelo chef, sobremesa que explode na boca, um dos garçons com quem falamos francês a noite inteira era português... Surpresa mesmo seria, mais do que Brasil e Japão na final da Copa do mundo, alguém sair deste restaurante sem um sorriso no rosto. 

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