O fechamento da estada na Provence foi em grande estilo, com almoço no dois estrelas do Jean-Luc Rabanel, o mesmo dono do À Côté (o da groselha).
O lugar é descolado e bonito, com dois ambientes totalmente diferentes.
Assim que fomos recebidos, dessa vez por garçons beeeem mais atenciosos, fomos encaminhados para esse ambiente, para os aperitivos e os amuse bouches.
O primeiro prato que trouxeram foi cenoura selvagem empanada. Achei meio estranho quando vi, porque para mim, a menos que você seja o Pernalonga, cenoura não tem muita graça.
Mordi a língua e não conseguia parar de morder a cenoura! Era uma delícia!
Em seguida, um dos garçons veio à mesa e nos explicou que a proposta do chef é fazer pratos pequenos e que sejam verdadeiras obras de arte. Ele disse também que os vegetais seriam os ingredientes principais, enquanto a carne teria um papel coadjuvante.
Escolhemos o menu com sete pratos mais sobremesa, expusemos a minha alergia a crustáceos e a proibição do chocolate e entregamos nossos estômagos ao chef, sem ter ideia do que seria servido.
E as gratas surpresas não paravam de chegar, uma depois da outra, sem muito intervalo.
Fomos bombardeados com pratos lindos, inusitados e sempre surpreendentemente gostosos. Foram tantos e eles tinham tantos detalhes que não conseguimos lembrar de tudo.
Torrada com jamón Serrano. Comi até a flor!
Sashimi de atum com sorbet de pimentão sobre uma base de terra de Camargue.
Terra!!! A garçonete que trouxe o prato e o explicou falou que era terra e a gente achou que não tivesse entendido. Perguntamos: como assim? É terra? E ela respondeu: sim, quando vocês comerem vão perceber bem que é terra mesmo.
Depois do momento Pernalonga, tive um momento minhoca. Era terra e era bom!
E logo veio essa sopinha de ervas, com sorvete de fromage blanc (preciso falar que gostei?) e um pouco de parmesão. Deu vontade de passar o dedo no prato quando acabou...
Seguiu-se o menu com outra sopa, dessa vez um gazpacho leve e saboroso, acompanhado de sorvete de cebolinha. Perfeito!
Só depois do gazpacho é que fomos para a parte interna do restaurante (sisquici da foto...) e começaram a vir os pratos quentes.
O primeiro foi esse peixe-espada com pesto de manjericão e gengibre. De novo, não perdoei nem a florzinha amarela.
Difícil lembrar tudo o que tinha nesse prato. Lembro do tartare de tomate zebra, das azeitonas verdes, dos anéis de cebola, da saladinha verde e, encoberta por essa espuma de leite de coco, tinha uma lula recheada com berinjela que me fez soltar um palavrão quando coloquei na boca, de tão boa que era (gente phyna é outra coisa).
Outro peixe (quem lembra o nome?) com caldo de cogumelos e uma verdura que tinha cara de planta de aquário (correndo o risco de soar repetitiva: quem lembra o nome?), mas era deliciosa.
Mais uma novidade, um peixe chamado lotte que nunca havíamos comido e que tinha uma espinha estranha, que mais parecia um espeto.
Comemos e adoramos, mas não sei se adoro mais... Isso porque fui pesquisar no Google o que é o tal do lotte e olhem só o que eu descobri!
Não acredito que comi o monstro do lago Ness!!! Anos de terapia serão necessários para superar esse trauma!!!
E voltemos a falar de flores. Essa foi a primeira sobremesa, baseada em azeitonas e tomates.
Depois do monstrengo acima, estou achando esses doces bem normaizinhos!
A segunda sobremesa foi um suspiro recheado com gengibre e coberto por finas fatias de maçã verde. Lindo demais!
Fim de jogo em Arles! Fim do almoço estrelado! Fim de carreira eu ter comido aquele peixe, terra e flor! Fim da picada eu ter adorado tudo isso!
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