domingo, 25 de agosto de 2013

Lyon - Chez Gerard & Nora

Última noite em Lyon e mais uma vez ouvimos o mantra "amigo de amigo meu é meu amigo". Dessa vez fomos convidados para jantar na casa do Gerard e da Nora, mais um casal de amigos do Professor Tadeu, e a recepção foi tão calorosa quanto a de Reims, na casa do Patrick e da Arlette. 
Além de champagne e vinhos maravilhosos, fomos recebidos com uma mesa farta, repleta de queijos, carnes, tomates fresquíssimos, pães, foie gras e algumas "surpresinhas" típicas de Lyon.
A ideia da Nora foi nos oferecer um pouco da culinária lyonnaise, sem nos dizer o que era cada coisa que estava em nosso prato. Ela servia bem pouquinho e deixava claro que não éramos obrigados a comer tudo, caso não gostássemos.
E assim começou minha aventura, juntamente com o Fernando, que não estava nem um pouco preocupado com o que estava comendo, e com o Alexandre, filho do casal que também nao fazia ideia do que era aquilo tudo.

O começo foi tranquilo, sem surpresas. Pão recheado, salame, tomatinho e torradinhas com foie gras. 

A emoção da degustação às cegas começou na segunda parte.
Comi primeiro o copinho, que tinha algo parecido com salame fatiado e temperado com vinagrete. Ledo engano, era nariz de porco fatiado. Pelo menos acertei a parte do vinagrete. 
O pote maior tinha peixe, dava para saber só pela cara do bichinho. Surpresa zero, gosto dez. Era uma delícia!
Sobraram os três potinhos do meio da foto. 
O do meio tinha lardo (bacon mais gordo) frito e desceu redondo. 
Com relação aos outros dois, o mistério pairava absoluto. Comi o da esquerda e achei o gosto bom, mas a consistência e a cor, muito branca, eram meio estranhas. Tinha que ser estranho mesmo, porque era pé de porco!
O da direita eu coloquei na boca e não gostei nem da consistência nem da falta de gosto. Era como morder uma cartilagem de frango sem tempero. Era quase isso... Eu tinha acabado de comer orelha de porco! Ofereci minha parte ao Fernando e ele prontamente aceitou. 

Para compensar o "trauma" das comidas exóticas, nada melhor do que o bom e velho queijo francês, nas mais diferentes formas e gostos. 

Depois, para dar um fatality na excentricidade e me trazer de volta ao mundo normal dos comedores de lombo e não de orelha, torta de amêndoas beeeem doce, com açúcar e corante para parecer frutas vermelhas. 

Grande noite, cheia de risadas e surpresas muito positivas. 
A primeira delas é que, com um belo vinagrete, focinho de porco não é tomada e ainda fica delicioso. 
A segunda é que consigo comer orelha de porco sem fazer careta (não que eu estivesse sorrindo).
Agradecimentos especiais ao Gerard e a Nora pelas surpresas e também pelas "não-surpresas": 1. A amizade é contagiosa; 2. Os queijos franceses são os melhores do mundo; 3. O Fernando encara qualquer coisa e ainda repete o prato!

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