terça-feira, 20 de agosto de 2013

Reims - L'Assiette Champenoise**

Além de nos apresentar ao Patrick e à Arlette, o Tadeu Masano ainda nos presenteou com a indicação desse restaurante, duas estrelas no Guia Michelin. 
Expert nos assuntos da boa mesa, o Tadeu sempre nos dá dicas excelentes. Como pupilos fiéis, seguimos seus ensinamentos sempre que podemos e o bolso nos permite. Não à toa, o chamamos de professor. 
E o professor acertou em cheio mais uma vez. 
Esse foi um dos melhores restaurantes em que já estivemos! Tudo estava perfeito, a começar pelo agradável aperitivo na área externa. Reparem no céu claro refletido na mesa, às 21h. Amo o verão europeu!

Ainda lá fora, fomos orientados pelo maître, que descreveu o cardápio e nos disse que o menu degustação mais completo, harmonizado com grandes cuvées de champagne, continha pratos que foram ensinados ao chef pelo seu "papa". 
Balançamos o porquinho para ver quão vazio ele estava, tiramos as moedas do bolso, procuramos outras embaixo do sofá, juntamos tudo e seguimos a sugestão do maître. 
Foram muitos pratos e levaria horas para descrever todos em detalhes, principalmente porque eles eram muito detalhados, com molhos especiais (esqueça o do Big Mac!).
O pai do chef era conhecido por ser um grande "saucier", ou seja, especialista em molhos, e o filho leva adiante essa tradição. 

O purê de batatas aí embaixo foi um dos mais leves e saborosos que já provamos, e ainda veio acompanhado de um pedacinho de galinha d'angola.

Mais uma vez fomos surpreendidos por tomates menos ácidos que os nossos e com uma variedade surpreendente. 

Mas surpresa mesmo veio nessa taça. O que parece? Champagne? Vinho branco? Nada disso. É gazpacho!!!! Filtrado até ficar dessa cor, justamente para parecer champagne, mas com o sabor intocado da sopa fria de tomate. 

Polenta de milho e batata que parecia um gnocchi que explodia na boca, acompanhada de pequenos pedaços de chorizo e molho também feito a partir do embutido.

Quente e frio: sopa morna com sorbet, ambos de ervilha para mim, que não como foie gras.

O Fernando não acreditou quando serviram isto para ele: torrada com foie gras ralado! Não parava de falar (efeito do champagne?) como ficou boquiaberto ao ver a proeza! Ainda por cima, disse que estava maravilhoso.

Mais uma diferença nos nossos pratos: para mim, que não posso comer crustáceos, peixe (bar de ligne, ou seja, robalo pescado na vara e não na rede). Mais uma vez o molho realçando o prato. 

A lagosta acompanhada de seu próprio molho e de um "stick" de batata cozida era a estrela do menu, uma reinvencão que o chef fez de um prato que seu pai criou mais de trinta anos atrás. Divina!

Não me apaixonei particularmente pelo Nemo aí debaixo porque não sou muito fã de leite de coco na comida, mas o Fernando adorou.

O fim da saga salgada foi um corte inacreditavelmente macio de carne de black angus, em seu próprio molho. Ótimo!

Queijos, porque ninguém é de ferro!

A mesa de mignardises que antecedeu a sobremesa era simplesmente inacreditável. Tudo lindo, delicado e delicioso.

As sobremesas também estavam perfeitas, muito melhores que as fotos que tiramos. Culpa do champagne, de novo?!

A primeira, um biscoito crocante com frutas vermelhas.

Uma sobremesa exclusiva para mim, morangos numa telha crocante de pistaches.

Para o Fernando, chocolate e pêssegos.

O Guia Michelin está precisando fazer uma nova visita ao local e liberar logo a terceira estrela, mais que merecida. 

A delicadeza do menu, inspirado nas influências paternas, mostra o quanto aprendemos com nossos pais e mestres. Passar conhecimento adiante é fazer-se presente mesmo à distância. 
E hoje, enquanto o chef cozinhava com seu pai, ainda que este nao estivesse ali, nós jantávamos com o professor Tadeu. 













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