terça-feira, 29 de outubro de 2013

Barcelona - Roca Moo*

Esse foi o restaurante chique e estiloso da viagem a Barcelona. Ele é uma proposta mais simples do Celler de Can Roca, que já é considerado o melhor restaurante do mundo pela revista The Restaurant há dois anos e tem três estrelas no Guia Michelin. A comida era diferente (quase diferente demais para o meu paladar quase infantil), mas deliciosa!
Fizemos o menu degustação, acompanhado de um Tondonia branco1964, e as gratas surpresas não paravam de chegar à mesa. 

A foto do amuse bouche ficou um pouco prejudicada porque a iluminação na mesa era suave. Não gosto de usar flash porque acho que incomoda o vizinho, por isso que algumas vezes, como nesse caso, a visualização fica meio difícil.. 
De qualquer jeito, o mais legal dos três era o da direita, uma espécie de bombom de Campari com morango, congelado, que explodia quando colocado na boca. Primeira surpresa do jantar...


Continuamos com um creme fresco com um toque de azeite trufado e geleia. 

A segunda surpresa foi esse ovo, que deve ter saído da galinha dos ovos de ouro. Essa casquinha era muito fina, caramelada e delicada e junto com essa farofinha de baixo fazia uma combinação tão valiosa quanto a tal galinha. 

Terceira (in)grata surpresa da noite, carpaccio de POMBO. O prato vem coberto por uma redoma cheia de fumaça, que é aberta na frente do cliente com tanta pompa que mais parece uma saudação exagerada a algum rei ou rainha. 
Apesar de toda a apresentação chique e do gosto defumado ser realmente bem aprazível, não consegui terminar o prato porque não parava de pensar que estava comendo uma daquelas pombas fedidas e piolhentas da Praça da Sé. 

De volta ao mundo normal, canelone de frango e nada de surpresa. 

Peixe dorê com legumes. A fritura era feita de um jeito tão especial que ficava uma casca crocante, deliciosa, que eu nunca tinha visto (nem comido).

Cordeiro com espuma de iogurte, maravilhoso. Acho que já dá para dizer que virei fã de espuma. 

Quanta saudade dos queijos ao final da refeição e antes da sobremesa... Aqui eles vieram acompanhados de geleias igualmente exóticas e saborosas. 

A minha sobremesa constava no cardápio como morango com chantilly. Mais uma surpresa, porque olhem o que veio! Porções pequenas de sorbet e rocambole (que mais parecia um bolo de rolo), tudo com a combinação anunciada no menu. Uma delícia!

O Fernando escolheu o tiramisú. Segundo ele a combinação do gostinho de café com o chocolate em cima era perfeita. 

E para acompanhar o cafezinho, chocolate branco, torrone e caramelo. 

Foram várias surpresas nesse jantar:
1. Campari é gostoso e pode servir para algo além de ser jogado na roupa branca dos outros, como no comercial;
2. Pombo cru e defumado também é gostoso, desde que você esqueça que está comendo pombo cru;
3. Tem mais variantes entre o morango e o chantilly do que sonha a nossa vã gastronomia!





quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Barcelona - Lonja de Tapas

Esse restaurante foi dica do amigo Roberto Barbosa, que já morou em Madri e, durante esse período, visitou Barcelona algumas vezes. 
O restaurante é simples e sem chamativos. Se não fosse pela dica, teríamos passado batido e recusado com um "no, gracias" o cardápio oferecido pela atendente a todos os passantes. 
Estávamos tão famintos que pegamos o cardápio e fomos logo sentando na área externa do restaurante. Só depois vimos as letrinhas miúdas no cardápio, informando que haveria um acréscimo de 15% na conta pela escolha da mesa na parte de fora. Apesar de ainda haver mesas disponíveis no interior do restaurante, o dia quente e a barriga vazia falaram mais alto do que a minha murruguice.

Para aliviar o calor, sangria docinha e bem gelada. 

E para aliviar a fome, muitas tapas deliciosas que chegaram à mesa rapidinho, bem do jeito que precisávamos!

Para começar, pan con tomate. Se meu dentista ler esse blog, vai entender porque depois da viagem apareci no consultório com dois braquetes soltos... A casquinha dura desse pão é perigosa para aparelhos e ao mesmo tempo irresistível. 

Depois de dar uma forrada no estômago com pão, começa o trabalho duro propriamente dito. Pedimos um menu com várias tapas, que chegavam em pequenas porções. A quantidade era sempre na medida certa (não do Medida Certa do Fantástico, por óbvio...), sem exageros e também sem miséria.

Salmão cru e temperado, com molho de gergelim. 

Alcachofra com tomates secos e pinoli.

Batatas bravas. É nesse molho levemente picante que reside toda a braveza da receita. 

Pimentão verde assado. 

Panelinha de lula. 

Croquetas de jamón.

Frango empanado.

Fim de jogo no Lonja de Tapas. Não sobrou espaço para a sobremesa e mal conseguimos terminar a jarra de sangria. Saímos do restaurante satisfeitos com a comida e com o valor da conta, que, mesmo com o acréscimo de 15%, ficou bem abaixo do que estamos acostumados a pagar no Brasil. 
Comemos comida tipicamente espanhola, mas não pudemos fazer a siesta como os espanhóis. Levantamos e já retomamos o passeio por Barcelona, porque dormir em euro é muito caro!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Barcelona - Quimet y Quimet

Pensa num lugar apertado, em que você come em pé, dividindo cerca 10 cm2 de balcão com pelo menos mais três pessoas, duas das quais estão tentando usar garfo e faca sem "abrir muito a asa".
Agora pensa num lugar que serve uma comida tão boa, mas tão boa, que faz essa falta de conforto desaparecer. 

O nome desse lugar é Quimet y Quimet.  Ele fica meio escondido e numa rua mal iluminada do bairro Poble Sec, mas isso não impede que uma legião de turistas de chegue ao local. Salve, salve o Tripadvisor!

Como eu disse, o atendimento é no balcão e é de lá que brotam tapas e bocaditos (mini sanduíches) surpreendentemente gostosos e bem preparados. 

Depois de nos acomodarmos num espacinho livre, começamos a "tapear" a fome com um croquete de cogumelos. Sequinho por fora e bem molhado por dento. Devem ter pegado a receita de croquete da tia Elza, tia do Fernando que faz o melhor croquete do mundo. 

Depois, bocadito de queijo de cabra, tomate e um fio de azeite trufado. Demais!

Outro bocadito, desta vez de carne bovina curada com azeitona. 

Comemos bem mais que isso, mas esquecemos de tirar as fotos. Sabe como é, entre tapas e beijos, acabamos nos distraindo...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pique-nique en Provence - Aniversário do Tadeu

Seus amigos fazem churrasco no aniversário e ainda pedem para você levar cerveja? Ou marcam em um restaurante, no melhor estilo "cada-um-paga-o-seu"? 
Se você respondeu afirmativamente a uma dessas perguntas, eu sinto muito ou, como dizem por aqui: DESOLÉE!
Porque o nosso amigo Tadeu Masano resolveu comemorar seus aniversário em L'Isle Sur la Sorgue, na Provence, com um maravilhoso piquenique. 

E foi nesse lugar lindo que cerca de 80 pessoas se reuniram para a celebração de um aniversário e de uma amizade. 

cesta no chão dava o tom da festa e guardava cobertores que serviriam para  aquecer os convidados quando a noite chegasse.

A comida e as bebidas estavam espalhadas em várias mesas, cuidadosamente decoradas e completamente cheias de quitutes e vinhos deliciosos. 

Um exemplar de cada do que foi servido. Nem tentei experimentar todos.  O Fernando quase conseguiu!

A variedade da comida também era inacreditável! Tinha quiche de dois sabores, salmão defumado, atum, anchovas, rosbife, pães, saladas, mini sanduíches, tapenade de azeitona verde e preta e mais um monte de coisas que não lembro, mas que comi. 

A mesma mesa farta em outros ambientes. Reparem o tamanho dos aspargos à esquerda. 

E além de todas essas comidinhas, dois top chefs fizeram os pratos principais. O Vitor Sobral, renomado chef português, do Tasca da Esquina, e a Bella Masano, filha do aniversariante e chef do Amadeus. Teve bacalhau, pernil, coelho, sopa de lentilha e, para fechar a noite, brodo.

Mas calma, ainda não se(me) mate, porque teve muito doce gostoso também. 

E um melão doce e já cortado que diminuía algumas toneladas do peso na consciência. 
  
E depois teve sorvete (caramel au beurre salé, framboesa e noisette), chocolates e bolo de torrone, que foi servido à meia-noite, quando então começamos a comemorar o aniversário da Ana, esposa do Tadeu. Festa boa é assim, só tem hora para começar. 
Agradecimentos especiais às pessoas que tornaram essa festa possível: Tadeu e Ana, por terem pensado em absolutamente tudo; Carol e Bella (e respectivos), pelo primor na execução; e Seu Leonel, portuga corajoso que, debaixo de chuva, subiu no telhado da casa na noite anterior para oferecer um ovo a Santa Clara. Deu certo!












Baux-de-Provence - L'Oustau de Baumanière**

Reservamos 24 lugares nesse restaurante e transformamos Baux-de-Provence em um pedacinho do Brasil. Só se ouvia português!
O jantar foi um reencontro dos amigos que participaram do piquenique no sábado e serviu para relembrarmos algumas pérolas da festa e nos despedirmos, porque no dia seguinte algumas pessoas já começariam a voltar. 


O amuse bouche foi bem minimalista, se contrapondo a minha maxi fome. Da esquerda para a direita: mussarela ao pesto, creme de abóbora e rolinho crocante recheado com cogumelos. 


O pão do Salvador Dalí. Poucas pessoas da mesa deixaram de colocá-lo em cima dos lábios para fazer graça. Adivinhem a qual grupo pertenço...


Minha entrada foi esse prato cheio de pernas de rã, que veio acompanhado de uma sopinha de rã com chorizo (foto abaixo). E a combinação do chorizo com a rã é tão surpreendente quanto o fato de eu gostar de rã.


O Fernando pediu uma sopa de lagosta com nhoque de beterrabas que ele adorou. Para evitar uma traqueostomia no meio do salão, eu preferi não experimentar.


Meu prato principal foi um filé de dourada com alcachofras e espuma. Já disse várias vezes que para mim espuma combina com banho, mas continuo tendo gratas surpresas, em que a espuma dá um toque todo especial ao prato. 


O principal do Fernando foi este porquinho de leite, absolutamente delicioso. Por porquinho de leite, leia-se um "quase leitão", só que mais novo ainda, em fase de amamentação. Acho um pouco cruel matar o bichinho assim tão cedo. O Fernando fala que o porco já está morto e é preciso honrar a sua morte e comê-lo, para que ele não tenha morrido em vão. Ainda não me convenci.


Queijos, para matar a saudade do tempo em que vivíamos "la vie en rose" em Paris. 


Minha sobremesa foi um mil folhas (apesar de só contar sete na foto...), que não está no cardápio, mas que é a especialidade da casa. Muito bom! Vale as mil calorias. 


Para o Fernando, figos secos com frutas vermelhas, biscoito e uma massa folhada por baixo. Ai, se eu gostasse de figos...

Contribuição do amigo Pomper, que gentilmente fotografou a sobremesa dele, essa delícia com chocolate por todos os cantos e folha de prata comestível em cima. Falta pouco para acabar a minha promessa e eu poder atacar uma dessas. 


O jantar foi um belo encerramento do piquenique na Provence, fechando com chave de ouro essa passagem express à França. 
Só não fechou nossa viagem de vez porque de lá fomos para Barcelona.
A seguir, cenas das próximas "cenas". 🇪🇸💃

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Shin Zushi "Parte II - A Missão"

Nosso plano era voltar ao Shin Zushi antes, mas com o atraso da reforma nós mudamos temporariamente para a casa dos pais do Fernando e estamos longe do restaurante. 
Conseguimos alinhar os astros e voltar ao Shin no dia em que os pais do Fernando comemoravam 45 anos anos de namoro. Claro que eles foram junto! Não basta dividir a casa conosco. Eles ainda têm que dividir as datas especiais!
Foi um verdadeiro banquete para quem gosta de comida japonesa de qualidade e inventiva na medida certa. 

Começamos com sashimi. 

Depois veio marisco branco. 


Garoupa curada com ovas. 


Mais peixe cru, desta vez com ovo, que formava um molho divino!


Cabeça de lula empanada. 


Vieiras vivas e na concha...


Vieira viva no prato!

Tempurá de milho doce. Delicioso!


Nas palavras do sogrão: "o melhorar sushi que eu comi na minha vida". Preciso falar mais?


Pudim de ovo com frango e cogumelos. Segundo o Ken, se você quiser saber se o restaurante japonês é bom, comece pelo pudim de ovo que eles fazerm. Se não for bem feito, nem tente o resto...


O verdadeiro sushi, com peixe bom de verdade!


Mais criatividade e sabor. 


Sushi de sardinha. 


Não lembro o nome, mas lembro que era bom. É o suficiente. 


Sopinha, que desce macia e reanima!


Omelete japonesa. Trabalho de artista, demorado, feito no capricho e destruído a dentadas pelo Fernando em poucos segundos. 


Sorvete de gengibre. Tão gostoso quanto improvável. 


Chef Ken cumpriu mais uma vez sua missão de nos nutrir bem.
Um casal de italianos que sentou próximo a nós saiu dela maravilhado! Eles não paravam de elogiar e agradeceram um monte a dica que o Fernando deu quando eles ainda olhavam o cardápio. 
Como pode ser muito útil, reproduzo aqui o que ele disse aos italianos: "Confie no Ken e coma tudo o que ele colocar no seu prato."
Fica a dica!