segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Garimpos do Interior - Um oásis no deserto!

Esse restaurante é o perfeito BBB: bom, bonito e barato!
A decoração, o cardápio, as mesas e cadeiras, a apresentação dos pratos, tudo funciona perfeitamente bem e o conjunto da obra faz o cliente viajar para algum rincão do interior sem sair de São Paulo. 

A sensação é a de que se está comendo numa casa de fazenda. O lugar fica numa rua tranquila, sem muito movimento, o que amplia essa sensação. 


Começamos com pastel de angu com carne e bolinho de aipim com queijo serra da canastra. Os dois estavam ótimos, mas me apaixonei pelo bolinho, que parecia um pão de queijo bem macio e com muito recheio. 


O prato principal e todos os seus acompanhamentos logo chegaram à mesa, para a nossa alegria. 

Mandioca cozida com molho. 


Arroz, feijão preto, couve e, na parte superior da foto, uma verdura que eu não conhecia, chamada ora-pro-nobis. Além de ser uma delícia, pesquisando descobri que é um super alimento, rico em ferro e proteína. Assim dá gosto comer salada!


A parte mais saudável do prato deixei por último...tá bom, não é a mais saudável, mas é a mais irresistível, com certeza! Um corte de porco que pega um pedaço da costelinha e o lombo, tudo molhadinho e gostoso, e com uma pururuca perfeita por cima!


De sobremesa, ainda comi esta invenção super inusitada: cocada de forno com mel de engenho e sorvete de tapioca.


O café é um show à parte. Até eu, que normalmente não tomo, quis experimentar! Eles põem à mesa toda essa estrutura e.........


Você mesmo "passa" o seu café, que não poderia ser mais fresco!


Voltaremos mais vezes a esse oásis de tranquilidade localizado no deserto estressante de São Paulo, ainda mais depois que pagamos a conta: cerca de 50 reais por pessoa! E numa cidade onde uma pizza de mussarela custa mais do que vale, o Garimpos do Interior também é um oásis no quesito preço...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Dalva e Dito

A-do-ro o Dalva e Dito por muitas razões: o lugar é lindo, a comida é uma delícia e o serviço é mais do que de primeira, é de zerinho-corta-tudo! Mas o que eu mais gosto nele é essa homenagem à culinária brasileira, às nossas raízes caipiras e quase sempre esquecidas (muitas vezes negadas). Acho muito legal o Alex Atala escolher ingredientes bem brasileiros e mostrar ao mundo (o restaurante estava cheio de gringo) o que é que a baiana, a paulista, a carioca, a capixaba............ têm.
Tudo bem que o restaurante é caro, mas a qualidade (quase) sempre compensa. Desta vez, teve uma escorregadinha no preparo de um dos pratos, mas que não vai mudar minha paixão (e do Fernando) pelo lugar...

O couvert é uma graça. Pasta de feijão deliciosa, pimenta cambuci recheada com lombo de porco, uma compota de berinjelas e manteiga aviação numa lata que é uma coisa de bonitinha! Um dia ainda levo uma embora...
Sentimos falta do biscoito de polvilho que normalmente também é servido, mas o garçom explicou que houve um problema com o fornecimento. Tudo bem, essas coisas acontecem, mas não deram desconto no couvert, o que não parece muito certo. 

Meu prato estava ótimo como sempre. Bife à milanesa sequinho e crocante com salada de batatas. Simples e delicioso, com gosto de bife de vó!


O Fernando pediu um prato que ele adora: bife de carne de sol com um bolinho de mandioca e queijo coalho. Desta vez, porém, ele deu azar. Foi vítima da escorregadinha que mencionei antes.
A carne estava muito salgada e dura. Os bolinhos, totalmente sem tempero e, ainda por cima, muito pesados, massudos.
Resultado: ele deixou sobrar comida no prato (fato inédito) e acabou "me ajudando" com o meu (fato corriqueiro).


Quando acabamos, o garçom veio perguntar se tínhamos comido bem. Acho que ele deve ter percebido que o Fernando comeu do meu prato mesmo sem ter terminado o dele e quis saber o que ocorrera.
Contamos sobre o problema com um dos pratos e o rapaz disse que repassaria para o chef a nossa crítica.
Não pedimos sobremesa, só a conta. A carne de sol foi cobrada e não ganhamos nem um "desculpem a nossa falha". 
Isso foi o pior que aconteceu. Errar na execução de um prato acontece, o que não pode acontecer é não tomar nenhuma providência quando o cliente reclama.
Voltaremos ao Dalva e Dito? Claro! Mas vamos ficar de olho...

domingo, 15 de setembro de 2013

Bassi -O Templo da Carne ("Cheers")

Chegamos ao Bassi por volta de meio dia e fomos encaminhados a uma das poucas mesas livres.
Nossa recepção pelos funcionários me fez lembrar da música de abertura do seriado Cheers: 
Where everybody knows your name
And they're always happy you came
Pois é sempre assim com a gente no Bassi. Desconfio levemente que seja porque frequentamos o lugar com uma certa assiduidade...
Hoje o almoço foi bem mais leve do que de costume, porque seguimos firmes no processo de desintoxicação pós França. 

O primeiro sinal de leveza foi que o quase onipresente vinho deu lugar a um refrescante suco de tangerina. 

Seguindo na toada detox, a salada de rúcula substituiu o foie gras. 

E como um dos meus lemas é que só salada não traz felicidade, e já que estamos no templo da carne, bifão alto como prato principal, acompanhado de palmito assado (ma-ra-vi-lho-so). 

Queijos variados ao final? Não teve. 
Fromage blanc? Não teve. 
Sobremesa dividida em duas partes? Não teve.  
Mas teve garçom com sorriso no rosto, levando a sério o lema "servimos bem para servir sempre" e isso a França nunca vai ter! 

domingo, 8 de setembro de 2013

Chez Les Sogres II - O Retorno

Já fumo e já vortemo e mesmo assim continuamos com o blog Já Comemos!
Retomamos os posts em terra brasilis com o inigualável, o inimitável, o insuperável: ARROZ COM FEIJÃO!
Depois de quinze dias na França, eu já comecei a sonhar com a dupla dinâmica da culinária brasileira e não tinha iguaria francesa que conseguisse suprir o vazio que existia no meu estômago. 

Pois hoje esse vazio foi finalmente preenchido com um prato que parecia ter saído do seriado Carga Pesada. 
Para completar a minha alegria, bife, ovo frito, farofa e uma pimentinha que, apesar de não aparecer na foto, mostrava a cada garfada que estava ali.  
Graças ao sogrão, que preparou o almoço do jeitinho que eu pedi, matei a carência de arroz e feijão com uma comida caseira de primeira, feita no capricho. 
Suspeito, porém, que em breve sentirei um vazio deixado pela ausência de fromage blanc... 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Bordeaux - Le Gabriel* (AU REVOIR FRANCE)

Como já disse John Lennon, "the dream is over".
Chegamos ao último dia da nossa maravilhosa viagem e o coração está, contraditório que só, apertadamente em festa. 
Apertado porque isso aqui foi realmente um sonho e desapegar do sonho e abraçar a realidade é sempre difícil. 
Em festa porque estamos com saudade da nossa família, dos amigos, da nossa casa (reforma atrasou, teremos que aguentar a saudade um pouco mais) e do nosso país. 
E a última refeição em terras francesas tinha que ser caprichada, para fazer jus à viagem perfeita que tivemos. 
O restaurante é lindo e tem uma vista super legal do rio Gironde e do espelho d'água mais divertido que eu já vi. 


Como o almoço era de despedida, escolhemos o menu mais completo, com oito pratos. 

Para começar, uma saladinha colorida e saborosa, com legumes curtidos. 

Em seguida, caviar. Eu acho frescura, o Fernando adora. Senti mais o gosto do purê de couve-flor e do salmão defumado do que das ovas. 

Meu próximo prato foi peixe com uma espuma que explodia de vez em quando e um molho verde delicioso. 
O garçom serviu só um pouquinho do molho e deixou o pote na mesa. Quando eu já tinha comido quase o peixe todo, virei o pote do molho no prato e caiu muito. Resultado, parecia que tinham acabado de me servir um caldo verde, só que sem a colher. O jeito, sempre phyno, foi molhar o pão nesse molho para tentar secar um pouco. No final, meu prato estava todo sujo e lambuzado, cheio de farelo de pão e ainda com muito molho verde.

O Fernando foi de foie gras, molho de ostras e purê de alho negro e não fez nenhuma arte com o potinho de molho que também recebeu...

Em seguida ele comeu lagostim com caldo cítrico e coentro. 

Para o bem da minha glote, para mim veio marisco com legumes e um molho de tomate e gengibre que tinha óleo de chorizo. Excelente!

Quando esse prato chegou, achei que tivéssemos sido agraciados com um croquete de queijo, mas era de couve-flor! E o peixe era o temido lotte, o monstro do lago Ness que eu tinha comido no Atelier Jean-Luc Rabanel e prometido que nunca mais poria na boca! Paguei a língua, comi de novo e... adorei de novo!!!

Prato final, carré de cordeiro bem rosado e macio com tempero oriental. Ali no meio, sorbet de tomate! Quase pedi um sundae na saída do restô!

Último prato de queijos da viagem, no capricho habitual.

Pré-sobremesa. Se a Petrobrás tem o pré-sal, eles têm o pré-doce!!! Limão e maçãs com um biscoitinho no meio. A espuma não me apeteceu muito por dois motivos, não gosto de doces de limão e não curto espuma. Pelo menos era suave e o creminho embaixo deu uma ajudada. 

Na sobremesa propriamente dita, mais limão, maçãs e biscoitos. O mais diferente era esta ponte que ligava os dois montinhos. Açúcar caramelizado com um leve sabor de limão. Parecia uma sodinha, só que sólido. Se fosse de Coca seria ainda melhor! Para acompanhar, sorvete de açúcar mascavo. Mesmo sem ser fã de limão, a sobremesa arrasou!

Viajar e conhecer outros lugares sempre me fez olhar diferente para o Brasil. Quanto mais tempo eu passo longe, mais sinto vontade de voltar e percebo que meu lugar é lá, com as pessoas que falam a minha língua, que comem arroz com feijão quase todo dia e que sabem sambar sem parecer que estão tendo um ataque epiléptico. 
Amo viajar e amo meu país. Combinação perfeita, porque o começo e o fim da viagem são igualmente divertidos!
Agradecimentos especiais a todos que deram dicas, indicações, que torceram pelo sucesso da empreitada, que leram os posts e acabaram viajando junto conosco. 
Agradecimento mais que especial ao maridão, que bolou o roteiro, organizou visitas, fez reservas e foi, como sempre, o maior companheiro de viagem que eu poderia ter. 
E já que comecei o post com uma citação, nada melhor do que terminar com outra, desta vez do Saramago: "O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."
Então, RECOMECEMOS!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Arcins - Lion d'Or

Fomos a este restaurante por indicação de pessoas aqui da região. Ele fica na área do Médoc, onde estávamos hospedados, e é o restaurante em que vários produtores da região vão jantar.
Indicação de locais normalmente é tiro certo, então nem pestanejamos e fizemos a reserva. 
Sugeriram que contratássemos um táxi, para não nós preocuparmos com a estrada depois de comer e beber, e assim fizemos. Assim que entramos no carro, perguntei ao taxista se o restaurante era longe, porque não fazíamos ideia. Quando ele disse que era a 25km, gelamos!
Olhamos para o taxímetro, que marcava 6,60 euros depois de 500m percorridos, e depois olhamos um para o outro com cara de FERROU (um pouco pior que isso, mas sou moça phyna e não vou reproduzir com tamanha exatidão a cara que fizemos). 
Pior, ainda teria a volta!!!
Para melhorar, cheguei enjoada ao restaurante, porque o caminho era sinuoso e sempre fico "mareada" quando ando no banco de trás do carro. 
Não bastasse, quando entramos no restaurante, fomos recebidos pela dona, que só faltou bater na gente com uma vassoura, tamanha a antipatia.
Talvez minha cara branca e de quem estava passando mal, aliada à certeza de que éramos forasteiros naquele lugar isolado, tenha contribuído para a "calorosa" recepção. 
A cara de poucos-quase-nenhum amigos da véia seria o suficiente para que déssemos meia volta e fôssemos a outro lugar.
Só que o restaurante é no meio do nada, estávamos a pé, devendo para o taxista, a quem pagaríamos na volta... Não tinha jeito, tínhamos que comer lá mesmo, ignorando a Miss Antipatia. 
Ainda bem que a comida compensou os pedregulhos no meio do caminho! Além de ser uma delícia, era barata, compensando assim a facada que foi o táxi. 

Essa foi a minha entrada. Salada de tomates pelados e sem sementes. Como é bom o tomate aqui!


O Fernando pediu cogumelos e eles vieram bem temperados, com bastante alho. 


Meu prato foi um omelete com cogumelos. Não estava com o estômago cem por cento, por isso não escolhi nada muito pesado. Estava ótimo e o melhor é que também tinha bastante alho. Alho trocado não dói!


Para não correr o risco de perder a guerra, o Fernando pediu cordeiro também com alho. Haja Listerine hoje à noite...


O nome do queijo foi dito pelo garçom duas vezes. Não entendemos, não conhecíamos e não quisemos correr o risco de apanhar perguntando pela terceira vez. Podemos afirmar, com a mais absoluta segurança, que foi um dos melhores queijos que comemos aqui. Tinha um gosto que lembrava o nosso queijo prato, só que mais suave e com uma textura que desmanchava na boca. Maravilhoso!


A sobremesa foi crème brulée, com uma calda bem durinha e saborosíssima. 


E as lições aprendidas com a experiência gastronômica do dia:
1. Não contrate um táxi sem antes saber a distância a ser percorrida;
2. Se você não obedeceu a lição n. 1, não fique olhando para o taxímetro a cada 30 segundos. Ele não vai parar de correr e você corre o risco de ficar ainda mais enjoado;
3. Na França, é difícil ser mal recebido em um restaurante, mas pode acontecer.  Muito mais difícil é comer mal!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Bages - Café Lavinal

Dia de visita ao Château Lynch-Bages e à vila tipicamente francesa que foi construída na propriedade. 
Além de uma boulangerie, uma charcuterie e uma loja de vinhos, tinha que ter um restaurante!



E foi direto para o restaurante que rumamos, depois da degustação de treze vinhos. 
Sim, caro leitor, TREZE tipos de vinho, um número que encheria de orgulho o velho Lobo, mas que certamente nesse momento está preocupando minha mãe. 
Uma leitura mais atenta vai tranquilizar mainha... Degustamos e não bebemos! O ritual é: cheira, roda a taça, cheira de novo, dá um gole, faz cara de entendido, joga fora o que sobrou. 
Saímos da degustação sóbrios e famintos, por isso fomos direto para o Café Lavinal. 

Nossa entrada foi igual. Delicioso creme frio de abobrinha com queijo de cabra. Sopa no verão. Por que não?


Como prato principal, comi dourada acompanhada de uma abobrinha que tinha forma de espaguete. Combinação leve perfeita para o dia super quente. 


Para o Fernando, mais pato...confit com purê de batatas e salada. Eu, que não curto um quá quá, nem experimentei. 


Eu pedi queijos no lugar da sobremesa. Continuo ratinha nesses últimos dias franceses. 


Para o Fernando, île flotante, claras em neve, que formam uma espécie de merengue, com creme inglês e amêndoas.


Depois do almoço visitamos o Château Lynch-Bages e DEGUSTAMOS mais cinco vinhos, todos muito bons, com exceção do último, que era excepcional! Viu, manhê, esse último eu tomei a taça inteira...

Château Ormes de Pez - Invadimos o castelo!

Saímos de Carcassonne às 8h e rumamos para Bordeaux, porque tínhamos uma visita ao Château Mouton Rothschild marcada para 14h30. 
Antes da visita, porém, tínhamos que ir até a Hertz de Bordeaux para trocar de carro (vencia uma locação e começava outra no mesmo dia).
No meio do caminho paramos num posto, compramos super cola e tentamos consertar uma parte do carro que tinha se soltado. Não conseguimos
colar nada além dos próprios dedos. 
Seguimos viagem e pelo GPS achamos uma concessionária da Citroën em Toulouse. Apesar da alegria inicial, quando o vendedor disse que tinha conserto (sem perceber a camada de cola seca), saímos de lá com o carro faltando pedaço porque eles não tinham a peça. 
Ligamos em uns três telefones atrás da bendita peça e nada! Lição que fica: nunca compre um Citroën, porque se na França é essa dificuldade para achar uma peça, imagina no Brasil!
Já bem atrasados, chegamos à Hertz de Bordeaux e começamos a negociar a troca do carro. Bom, eu negociava, enquanto o Fernando esperava no carro estacionado totalmente sobre a calçada, num ponto de táxi. 
Com muito custo, leia-se, com muitos euros, conseguimos ficar com o mesmo carro e, assim, não perder tempo com a transferência das malas. 
Saímos da Hertz às 13h10 e o Château que iríamos visitar estava a 55km de Bordeaux. O Fernando já estava duvidando que chegaríamos a tempo, mas eu sou brasileira!
Parecia que estávamos num rali, tamanha a correria. Para ajudar, não tínhamos o endereço exato do Mouton, só o nome da cidade. 
Conseguimos nos perder na cidadezinha e depois de perguntar para as únicas duas pessoa que vimos na rua, achamos o lugar, mega escondido!
Quando entramos pela porta da recepção, peguei o celular e mostrei para o Fernando que horas eram: 14h29. 
Mais uma lição que fica: nunca desista dos seus sonhos/vinhos. 
Depois da visita agradabilíssima, fomos para o nosso hotel, que fica na área do Médoc (a margem esquerda do rio Gironde, de onde saem vinhos como Lafite Rothschild, Mouton Rothschild, Margaux, Latour e Haut Brion). Ficaremos hospedados outros dois dias na própria cidade de Bordeaux para conhecer a área metropolitana (que é patrimônio mundial da Unesco) e a margem direita do rio, de onde saem os vinhos de St Émillion e Pomerol (Cheval Blanc e Pétrus entre eles).
Blábláblá eno-histórico (a nova ortografia é assim, Prof Pasquale?!), que é culpa do Fernando, superado, vamos ao que interessa!
No Médoc, estamos hospedados no Château Ormes de Pez, que produz o vinho do mesmo nome (bom e pagável) e tem um serviço de bed and breakfast.
Bed and breakfast?! Isto é um Château!!! Quem pensou num albergue da juventude pode pedir perdão umas dez vezes!
O lugar é lindo, charmoso e muito confortável.
Para melhorar, como chegamos numa segunda (realeza é assim), temos o Château só para nós! Isso mesmo, só para nós (e os fantasmas que por acaso habitem aqui...).
Sei que vai parecer comercial das meias Vivarina e das facas Guinzu, mas isso não é tudo!
Ainda tivemos o privilégio de jantar na propriedade, uma comida maravilhosa preparada pelo gerente do lugar, Gilles, que é adorável.
Eis a nossa humilde morada:

Mesa real posta, mãos à obra porque hoje não almoçamos!


Primeiro, para não perder o costume, os tomates: um delicioso gazpacho, muito fresco e em porção gigante! Acho que os fantasmas que habitam o castelo nunca tinham visto dois famintos tomarem sopa tão rápido! Só não lambemos o fundo do prato porque podia ter algum fantasma dedo-duro e porque somos da realeza...não é fácil essa vida de reis!


O prato principal foi paleta de cordeiro com ratatouille. Estava divino! A carne do cordeiro, cozida por horas, desmanchava de tão macia, e estava úmida, saborosa. O tempero do carneirinho e dos vegetais era ótimo também. E, mais uma vez, porção tamanho família real.


Acho que esse povo com coroa na cabeça comia demais, porque ainda precisamos  enfrentar dois queijos antes da sobremesa! Tarefa dura...
Desculpem a nossa falha, mas atacamos os queijos, Comté e Saint Marcellin, antes da foto. 


Teve ainda uma tortinha de maçã. 


O jantar todo estava delicioso e foi regado a vinhos escolhidos na adega do próprio Château. Além disso, nós nos divertimos um monte bancando os membros da nobreza.
Depois de toda a comilança, demos uma voltinha pelas redondezas para a comida assentar mas, mesmo assim, subimos para o quarto de barriga cheia.
O Fernando, que tinha guiado o tempo todo e ficado nervoso achando que ia perder a degustação no Mouton (quem mandou não me escutar?!), estava cansado e dormiu como um rei.
Eu demorei para pegar no sono, o que é raríssimo. Não sei se foi delírio causado pela digestão difícil do banquete, mas juro que ouvi passos de cavalo no corredor da mansão!
Acho que não quero mais ser rainha...

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Carcassonne - O famoso CASSOULET!

Chegamos a Carcassonne e fomos direto ao restaurante apontado na internet como o melhor lugar para se comer cassoulet, prato típico da região. 
O cassoulet é o primo albino da nossa feijoada, com um toque mais chique porque, além da carne de porco, tem também carne e gordura de pato.
Infelizmente demos com o nariz na porta, mais precisamente com o nariz num cartaz escrito à mão que dizia: FERMETURE EXCEPTIONELLE. 
Não tínhamos um plano B e o jeito foi entrar na cidade murada, no fervo turístico, e tentar a sorte em algum restaurante desconhecido. 
A fome era tanta que mal chegamos na cidadela e entramos logo no primeiro restaurante que tinha cassoulet no cardápio. 
Como bom restaurante pega-turista (leia-se pega-trouxa), a comida não era uma maravilha.
Vejam só o cassoulet que almoçamos. 
 Ele não era ruim, mas eu achei muito pesado, gorduroso e com muito pouca carne. Veio um pedaço de linguiça e outro de pato. E só! 
À tarde fizemos novas pesquisas na internet e desta vez fomos ao Auberge de Dame Carcas, um restaurante super bem recomendado pelos próprios clientes. 
Reparem na diferença! Só de olhar dá para perceber que esse deu de dez a zero naquele. 

Sorte do Fernando que conseguiu finalmente comer um ótimo cassoulet. 
Eu tinha achado o do almoço tão pesado que não consegui comer outro no jantar. 
O jeito foi apelar para uma saladinha...
... e para o onipresente fromage blanc como sobremesa. 
Também apelei para boas garfadas no prato do Fernando e pude atestar que o verdadeiro cassoulet não é pesado e gorduroso. Assim como a nossa feijoada, quando bem feito, ele só é pesado. Culpa da "sustança" dos ingredientes. 
Engraçado que desta vez, apesar de perceber que eu gostei muito mais do prato dele do que do meu, o Fernando não se ofereceu para trocar comigo...